Maputo, a capital de Moçambique, começa a se reerguer e a voltar os olhos para o turismo
A capital moçambicana, que um dia atendera pelo nome de Lourenço Marques, parece ainda em construção. Não só pelas ruas em péssimo estado de conservação e os prédios decadentes da época em que o país flertou com o socialismo, mas também por toda uma nação que ainda tenta reerguer-se depois de um passado trágico marcado por uma guerra civil, enchentes e terremotos.
A infraestrutura turística desse jovem país que acabou de conquistar a independência, em 1975, ainda é falha e pouca convidativa, mas os habitantes locais e o entorno natural fazem de tudo para receberem (e muito bem, diga-se de passagem) os viajantes que começam a chegar nesse território africano que há apenas uma década conseguiu voltar a atenção para o setor do turismo.
O resultado é uma cidade inexplorada, turisticamente, e uma população que ainda não carrega consigo a malícia dos destinos turísticos mais experientes do planeta. Definitivamente, é um prato cheio para aventureiros mais viajados que buscam rotas alternativas em terras ainda pouco visitadas pelo turismo massivo.
Museus simples e discretos recontam a trajetória de povos ancestrais que chegaram a Moçambique, a partir dos anos 200 d.C.; pequenos centros culturais expõem, orgulhosos, trabalhos de pau-preto feitos por artistas que começam a ganhar espaço para transformar suas discussões em arte; e alguns poucos (e belos) edifícios coloniais que desafiam o tempo, sem nenhuma restauração, desde a saída dos últimos colonizadores portugueses, no início da década de 70.
Diferente da vizinha África do Sul, que transformou a dor do apartheid em arte e atrativo turístico, Moçambique parece ainda não ter digerido bem seu fato histórico mais significativo, a guerra civil que, entre 1977 e 1992, isolou o país do resto do mundo e trouxe à população local duras consequências que são sentidas até hoje, como o desemprego.
Pouco se fala sobre o período da luta armada entre a Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique) e a Renamo (Resistência Nacional de Moçambique).
As atrações turísticas e uma parcela dos locais parecem mesmo ter memória voltada para o período em que o país era orientado pelos costumes europeus, sobretudo os trazidos de Portugal. Os pasteizinhos de Belém e as confeitarias típicas lisboetas do centro de Maputo não negam o passado luso.
A Casa de Ferro, construída pelo mesmo autor da francesa Torre Eiffel, construções de arquitetura portuguesa como o Jardim Botânico de Tunduru e o Museu de História Natural, a Sé Catedral e a estação ferroviária do início do século 20 são alguns dos atrativos divulgados e mais visitados na cidade.
Porém, é do outro lado da baía de Maputo que a cidade revela o que há de melhor na região: o arquipélago da Inhaca. Localizado a 34 km da capital moçambicana, em um voo de apenas 15 minutos, o destino é formado pela Inhaca, com 42 km², e pela ilha dos Portugueses, um pequeno território de 3,7 km².
Sua natureza delicada é protegida como reserva desde 1965 e abriga uma biodiversidade formada por densas florestas, em ambas as costas; savanas, no centro; e manguezais. A vida marinha conta com mais de 160 espécies de corais que podem ser vistos em praias como Ribzene e Ponta Torres, além de tartarugas e variadas espécies de peixe.
O clima relaxado de seus habitantes que circulam, sem pressa, pelas ruas rústicas de areia e pelas praias selvagens, donas de uma beleza típica da costa litorânea de Moçambique, fazem o visitante esquecer-se do clima alucinado da capital moçambicana que costuma recepcionar (e assustar) os recém-desembarcados.
Nada melhor do que assistir, isolado em alguma das praias desertas da Inhaca, o vai e vem lento dos pescadores artesanais que saem em pequenas embarcações de madeira, enquanto Maputo vai se reerguendo do lado de lá.
A infraestrutura turística desse jovem país que acabou de conquistar a independência, em 1975, ainda é falha e pouca convidativa, mas os habitantes locais e o entorno natural fazem de tudo para receberem (e muito bem, diga-se de passagem) os viajantes que começam a chegar nesse território africano que há apenas uma década conseguiu voltar a atenção para o setor do turismo.
O resultado é uma cidade inexplorada, turisticamente, e uma população que ainda não carrega consigo a malícia dos destinos turísticos mais experientes do planeta. Definitivamente, é um prato cheio para aventureiros mais viajados que buscam rotas alternativas em terras ainda pouco visitadas pelo turismo massivo.
Museus simples e discretos recontam a trajetória de povos ancestrais que chegaram a Moçambique, a partir dos anos 200 d.C.; pequenos centros culturais expõem, orgulhosos, trabalhos de pau-preto feitos por artistas que começam a ganhar espaço para transformar suas discussões em arte; e alguns poucos (e belos) edifícios coloniais que desafiam o tempo, sem nenhuma restauração, desde a saída dos últimos colonizadores portugueses, no início da década de 70.
Diferente da vizinha África do Sul, que transformou a dor do apartheid em arte e atrativo turístico, Moçambique parece ainda não ter digerido bem seu fato histórico mais significativo, a guerra civil que, entre 1977 e 1992, isolou o país do resto do mundo e trouxe à população local duras consequências que são sentidas até hoje, como o desemprego.
Pouco se fala sobre o período da luta armada entre a Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique) e a Renamo (Resistência Nacional de Moçambique).
As atrações turísticas e uma parcela dos locais parecem mesmo ter memória voltada para o período em que o país era orientado pelos costumes europeus, sobretudo os trazidos de Portugal. Os pasteizinhos de Belém e as confeitarias típicas lisboetas do centro de Maputo não negam o passado luso.
A Casa de Ferro, construída pelo mesmo autor da francesa Torre Eiffel, construções de arquitetura portuguesa como o Jardim Botânico de Tunduru e o Museu de História Natural, a Sé Catedral e a estação ferroviária do início do século 20 são alguns dos atrativos divulgados e mais visitados na cidade.
Porém, é do outro lado da baía de Maputo que a cidade revela o que há de melhor na região: o arquipélago da Inhaca. Localizado a 34 km da capital moçambicana, em um voo de apenas 15 minutos, o destino é formado pela Inhaca, com 42 km², e pela ilha dos Portugueses, um pequeno território de 3,7 km².
Sua natureza delicada é protegida como reserva desde 1965 e abriga uma biodiversidade formada por densas florestas, em ambas as costas; savanas, no centro; e manguezais. A vida marinha conta com mais de 160 espécies de corais que podem ser vistos em praias como Ribzene e Ponta Torres, além de tartarugas e variadas espécies de peixe.
O clima relaxado de seus habitantes que circulam, sem pressa, pelas ruas rústicas de areia e pelas praias selvagens, donas de uma beleza típica da costa litorânea de Moçambique, fazem o visitante esquecer-se do clima alucinado da capital moçambicana que costuma recepcionar (e assustar) os recém-desembarcados.
Nada melhor do que assistir, isolado em alguma das praias desertas da Inhaca, o vai e vem lento dos pescadores artesanais que saem em pequenas embarcações de madeira, enquanto Maputo vai se reerguendo do lado de lá.
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