quarta-feira, 5 de outubro de 2011

HAVANA - Cuba, Ditadura dos charutos!



 
Revoluções, história e arte fazem de Havana uma cidade única

Se costumamos viajar a cidades históricas para visualizar como eram as coisas no passado e aprender um pouco de história, em Havana tem-se a sensação de que voltamos, literalmente, no tempo. A primeira impressão de quem pisa na capital de Cuba é a de estar em um lugar que foi "congelado" e se mantém igual ao que era nos anos 50. Prédios, carros e máquinas antigas por todos os lados fazem da cidade um museu de antiguidades a céu aberto.

Não tente associar tudo que já aprendeu sobre o comunismo com aquilo que se vê em Havana, pois dessa forma será difícil tirar alguma conclusão. O regime cubano não está nem um pouco próximo da ideia utópica de todos vivendo de maneira igual, com as mesmas condições e salários. Quem trabalha com turismo, por exemplo, pode ganhar muito mais que o dobro do piso salarial oficial. Muitos cubanos vivem apertados em cortiços mal conservados, mas, mesmo com toda a pobreza, o visitante não verá ninguém passando fome ou vestindo trapos, e isso pode ser observado durante um rápido passeio (durante o dia porque à noite pode ser perigoso!) em Centro Havana.

Quando a revolução tomou conta do país em 1959, os que eram mais ricos na época permaneceram com suas moradias e muitos deles as transformaram em hospedarias, conhecidas em Cuba como "casas particulares" --a opção de hospedagem com melhor custo-benefício para turistas que não querem luxo ou que viajam de mochila nas costas.

Sob o clima quente e fresco caribenho, que se estende pelo ano inteiro, aproveite para visitar os museus da cidade, que apesar de possuírem infraestrutura mediana e, muitas vezes, uma visão pra lá de nacionalista, são uma ótima oportunidade de desvendar alguns pontos da história da ilha. Depois, percorra a Plaza de Armas, onde, além de poder folhear e comprar livros usados, uma conversa com o vendedor pode lhe render muitas informações sobre a cultura local e a situação política atual de Cuba.

Para entender melhor como funciona o sistema comunista da ilha, também vale perguntar aos próprios cubanos: eles vão adorar explicar. Geralmente os mais velhos, que presenciaram a Revolução, são os que mais defendem o comunismo.

É corriqueiro surgir alguém simpático para puxar assunto no meio da rua, como quem não quer nada. O principal objetivo da abordagem (se não ficar claro logo no início você certamente irá descobrir no final) é pedir dinheiro, comida, objetos, ou qualquer coisa que o turista estiver disposto a dar. Um olhar atento irá notar que essas pessoas ficam à espreita, esperando encontrar o turista ideal para pedir alguns CUC, a moeda dos estrangeiros. Não é à toa: cada CUC vale para eles um vigésimo do salário mensal.

Não se deixe enganar pelos cubanos que inventam os valores dos serviços de acordo com o que acham que você é capaz de pagar. Tente negociar tudo. Eles adoram os brasileiros - dizem que somos irmãos, por causa da personalidade calorosa - e sabem que nossa moeda vale menos, o que pode proporcionar um "descontinho". E atenção noveleiros: os cubanos conhecem tudo sobre as novelas brasileiras que passam na televisão.

Mulheres que viajam sozinhas ou em grupos femininos devem estar preparadas para receberem cantadas e olhares masculinos. Os cubanos não perdem a oportunidade de abordar turistas desavisadas (e até mesmo as avisadas!).

Se tiver poucos dias na cidade, inclua no roteiro a Plaza de la Revolución, onde é impossível não sentir a forte energia da revolução comunista na ilha. A praça abriga uma torre de 129 metros em seu centro e de onde se tem a melhor visão do prédio do Ministerio del Interior, com um gigante desenho do líder argentino Che Guevara e a frase "Hasta la Victoria Siempre".

Não saia de Havana sem assistir a uma apresentação de dança ou música no Gran Teatro de la Habana. O tradicional jazz cubano é também imperdível. A paixão que os cubanos têm pela arte é contagiante e a beleza humana desses espetáculos é inesquecível.

Reserve um dia inteiro para se perder nas ruas de Havana Velha, tomar um sorvete sentado no banco da praça e caminhar pelo Malecón durante o pôr-do-sol. Afinal, a principal atração de Havana é a própria cidade. Permita-se esquecer do tempo, converse com os cubanos, aprenda, discuta política comunista, deixe de lado os preconceitos e simplesmente viva tudo isso. Por mais que não tenha tempo suficiente para entendê-la, senti-la por um dia resultará numa memória de experiências únicas.






 Cultura e História
 
Havana VelhaHavana Velha 
Considerada uma verdadeira viagem ao passado, a parte antiga da cidade, ou Havana Velha, é uma região carregada de memórias, cultura e história. Declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco, Havana Velha é composta por casarões, palácios, museus e igrejas com arquitetura em estilo barroco, neoclássico, art noveau, entre outros, representando os vários períodos e influências culturais da cidade. Suas ruas estreitas também abrigam praças, galerias de arte, bares e restaurantes que resultam no harmonioso conjunto arquitetônico de Havana. Em Cuba é chamada de Habana Vieja.
 
Praça da RevoluçãoPraça da Revolução
Local de grande importância histórica de Cuba, a Praça da Revolução emana a forte energia resultante da revolução comunista na ilha. Situada na parte moderna da cidade, ou Havana Moderna, a praça é um dos maiores emblemas cubanos e palco de grandes manifestações populares. No centro da praça há uma imensa torre com mirante, de onde é possível avistar parte da região e do mar do Caribe, além do prédio que exibe em sua fachada uma face estilizada do famoso guerrilheiro Che Guevara, contendo a inscrição "Hasta la Victoria Siempre". Em Cuba é chamada de Plaza de la Revolución.
 
Capitólio NacionalCapitólio Nacional
Conhecida como uma das construções mais majestosas de Cuba, o Capitólio Nacional de Havana foi inspirado no impetuoso Capitólio de Washington, dos EUA. Antiga sede do governo cubano, o edifício foi construído num período em que os Estados Unidos podiam intervir na ilha, através da antiga Emenda Platt. O Capitólio Nacional foi considerado o prédio mais alto de Havana na década de 50, e uma das maiores casas parlamentares do mundo. Atualmente, abriga mais de um museu, além da bela Estátua da República representada pela deusa grega Palas Athena. Em Cuba é chamado de El Capitolio.
  
Museu do RumMuseu do Rum 
Localizado na Havana Velha, o Museu do Rum conserva a história da bebida mais tradicional de Cuba, o rum. Situado num magnífico palácio do século XVIII, o museu descreve toda a trajetória do rum, além do processo de produção da bebida, que inclui desde o caminho da cana-de-açúcar, até o seu engarrafamento. O Museu do Rum conta com uma ampla sala de degustação, onde é possível saborear diferentes tipos de rum, bem como participar de um coquetel cubano e de comprar guloseimas à base da bebida. Em Cuba é chamado de Museo del Ron.
 
Grande Teatro de HavanaGrande Teatro de Havana 
Considerado um dos teatros mais impressionantes do mundo, o Grande Teatro de Havana é também um dos mais antigos do Hemisfério Ocidental. Sede do Balé Nacional de Cuba, o teatro apresenta uma linda fachada com arquitetura em estilo neo-barroco, além de possuir uma decoração e visual notáveis. O teatro é também conhecido como Teatro García Lorca, cujo nome homenageia o famoso escritor espanhol, que transformou Cuba em literatura. Nas salas do Grande Teatro acontecem belíssimas apresentações do Balé Nacional e da Ópera Nacional. Em Cuba é chamado de Gran Teatro de la Habana.
 
Beco de HammelBeco de Hammel
Um dos pontos turísticos mais interessantes de Havana, o Beco de Hammel é uma rua decorada com magníficos murais do artista Salvador González, no mais puro estilo africano. Localizado no bairro de Cayo Hueso, o beco é um espetáculo audiovisual de cores, artes e música. A partir do pórtico de entrada é possível apreciar esculturas, pinturas e imensos murais de González, além do próprio ateliê do artista e um sino que, ao ser tocado, atrai bons fluídos. Aos finais de semana há belas apresentações de shows de rumba, uma dança típica cubana. Em Cuba é chamado de Callejón de Hammel.
  
MalecónMalecón
Famoso ponto de encontro dos cubanos, o Malecón é um extenso calçadão à beira-mar, que percorre grande parte da orla da Havana Velha. Considerado um local de lazer e diversão, o calçadão é perfeito para quem deseja caminhar, passear, conversar e namorar, além de dar um gostoso mergulho ou apenas tomar sol. O Malecón é protegido do mar por um muro de pedras, mas em alguns trechos a água invade o calçadão e a avenida. Ao longo de sua extensão é possível observar antigos edifícios, além de saborear deliciosos pratos e guloseimas nos restaurantes, cafeterias e sorveterias espalhados pela orla. Em Cuba é chamado de El Malecón.
  
Praias do LestePraias do Leste
Conjunto de belas praias cubanas, as Praias do Leste exibem harmoniosas paisagens caribenhas e espaços aconchegantes. Localizadas a poucos minutos de Havana, as praias apresentam águas cristalinas de tons azulados, além de areias claras e exuberantes corais. As principais Praias do Leste são Bacuranao, seguida por Él Megano, Santa Maria del Mar, Boca Ciega e Guanabo, todas perfeitas para um refrescante banho de mar, passeios de barco ou apenas para quem deseja praticar esportes como o mergulho e a canoagem. Em Cuba são chamadas de Playas del Este.
 
 

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