sexta-feira, 21 de outubro de 2011

ILHÉUS - Mais uma gigante beleza que a Bahia nos fornece




Com 84 km de praia, Ilhéus é o maior balneário da Bahia e a terra de "Gabriela, Cravo e Canela"

O mar azul turquesa ilude o marinheiro de primeira viagem. Ao contrário do que fazem supor seus 84 km de praias, Ilhéus não é apenas o maior balneário da Bahia, embora por si só isso já bastasse em se tratando de Bahia, Estado que tem a mais extensa costa do país.

Fincada em uma região de mata atlântica preservada, a 450 quilômetros ao sul de Salvador, a terra do chocolate guarda em cada prédio, monumento ou esquina um pouco da história de uma terra que viveu seu auge e decadência na primeira metade do século passado com a cultura do cacau. Uma história que foi eternizada pela obra de Jorge Amado.

Poucas personalidades representam tanto para a sua terra natal quanto Jorge Amado significa para a "cidade romance do Brasil". Não bastasse o aeroporto -ponto de chegada para visitantes de Itacaré, Canavieiras, Una e Baía de Camamu-, o escritor dá nome a um quarteirão inteiro do centro de Ilhéus. É lá que ficam as maiores atrações culturais, como a própria Casa de Cultura Jorge Amado, antigo palacete doado em vida para o município, a Casa dos Artistas e o Cine Teatro.

Os personagens de Jorge Amado também batizaram inúmeras barracas de praia, restaurantes e pousadas. Gabriela e Nacib, por exemplo, estão imortalizados em pinturas estampadas nas paredes do bar Vesúvio, reduto da boemia que oferece o melhor quibe da cidade. As iniciais do padrinho do casal, Tonico Bastos, cujo nome verdadeiro é Antônio Pessoa, permanecem gravadas no alto do prédio onde mantinha o seu cartório, na praça Rui Barbosa.

Do outro lado da praça fica o Palacete Misael Tavares, que com suas 70 fazendas de cacau chegou a ostentar a condição de maior produtor da fruta em todo o mundo. Tavares era tão rico que mandou pavimentar a rua Antônio Lavigne de Lemos com pedras de cobalto -que até hoje enfeitam o local- para que sua filha não sujasse o vestido de noiva no chão de terra batida.

O coronel justificou a extravagância alegando que a intenção era urbanizar o caminho entre a Igreja Matriz, construída em 1556 -na época a localidade funcionava como sede da capitânia hereditária de São Jorge dos Ilhéus-, e a catedral de São Sebastião, majestosa construção em estilo neoclássico cujas obras começaram em 1931 e terminaram apenas em 1967.

Outros monumentos históricos que valem a pena ser visitados no centro de Ilhéus são o imponente Palácio do Paranaguá, atual sede da prefeitura, e a Associação Comercial, que fica na praça J.J. Seabra. Próximo ao antigo porto da cidade, o visitante vai se deparar com o Ilhéus Hotel, que teve a primazia de ser a primeira edificação do Norte Nordeste com elevador. O equipamento data de 1930 e está em pleno funcionamento.

Subindo em direção ao bairro da Conquista, encontram-se os dois mais interessantes pontos de observação da cidade. A primeira parada para as fotos é em frente às torres das emissoras de TV, de onde se pode avistar todo o bairro do Pontal, área mais badalada da cidade, a ponte Lomanto Júnior, e o antigo porto. Mais adiante chega-se ao Alto da Piedade, que permite visão panorâmica do Porto do Malhado -ponto de parada obrigatória para os principais navios de cruzeiro-, e também da avenida Soares Lopes -primeiro médico negro de Ilhéus-, onde ocorrem os desfiles de Carnaval. Dali também podem ser avistadas as ilhotas que deram origem ao nome da cidade.

Atrás do mirante fica o Palácio Epicospal. A antiga morada dos bispos foi construída em 1928 com os degraus da entrada entalhados em mármore de carrara. A poucos metros, está o Instituto Nossa Senhora da Piedade, que abriga um colégio das irmãs ursulinas e a monumental igreja de Nossa Senhora da Piedade, obra em estilo neogótico. A construção do instituto foi um marco não só para a arquitetura, mas para os costumes da região, ao prover às filhas dos coronéis do cacau o acesso à educação formal pela primeira vez.


 


Nenhum comentário:

Postar um comentário